sábado, 3 de setembro de 2016

Paciência [E.34]

Filho, 
se empreendes com seriedade o caminho de Deus, 
prepara a tua alma para as provações que virão;
senta-te pacientemente 
diante do umbral da Sua porta, 
aceitando com paz os silêncios, ausências e 
demoras a que Ele queira submeter-te, 
porque é no crisol do fogo 
que se purifica o ouro.

Senhor Jesus, desde que passaste por este mundo 
tendo a paciência como veste e distintivo, 
ela é a rainha das virtudes 
e a pérola mais preciosa da Tua coroa.

Dá-me a graça de aceitar, com paz, 
a essencial gratuidade de Deus, 
o caminho desconcertante da Graça 
e as emergências imprevisíveis da natureza.
Aceito, com paz, 
a marcha lenta e em ziguezague da oração 
e o facto de que o caminho para a santidade 
seja tão longo e difícil.

Aceito, com paz, 
as contrariedades da vida, 
as incompreensões dos meus irmãos, 
as enfermidades, a própria morte, 
e a lei da insignificância humana, ou seja, 
que, após a minha morte, tudo continuará 
como se nada tivesse acontecido.

Aceito, com paz, 
o facto de querer tanto e poder tão pouco, 
e que, com grandes esforços, 
hei-de conseguir pequenos resultados.

Aceito, com paz, a lei do pecado, isto é, 
faço o que não quero, e deixo de fazer 
o que gostaria de fazer.

Deixo, com paz, nas Tuas mãos, 
o que deveria ter sido e não fui, 
o que deveria ter feito e não fiz.
Aceito, com paz, toda a impotência humana 
que me envolve e me limita.
Aceito, com paz, 
as leis da precariedade e transitoriedade, 
a lei da mediocridade e do fracasso, 
a lei da solidão e da morte.

Em troca de toda esta entrega, dá-me a Paz, Senhor.

Extraído do livro Encontro, de Frei Ignacio Larrañaga
Imagem: Internet

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