segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Centro de Gravidade (E.1)


Para Te cantar, meu Senhor Jesus, como gostaria de ter olhos de águia, coração de criança e uma língua polida pelo silêncio!

Toca o meu coração, Senhor Jesus Cristo; toca-o e verás como vão despertar os sonhos enterrados nas raízes humanas desde o princípio do mundo.

Todas as nossas vozes se juntam às Tuas portas.
Todas as nossas ondas morrem nas Tuas praias.
Todos os nossos ventos dormem nos Teus horizontes.
Os desejos mais recônditos, sem o saber,
Te reclamam e Te invocam.

Os anelos mais profundos buscam-Te impacientemente.
És noite estrelada, música de diamantes, vértice do universo, fogo de pederneira.
No sítio onde pousas o Teu pé chagado
o planeta arde em sangue e ouro.
Caminhas sobre as correntes sonoras
e pelos cumes nevados.
Sussurras nos bosques seculares.
Sorris na murta e na giesta.
Respiras nas algas, fungos e líquenes.

Em toda a imensidão do universo mineral e vegetal
sinto-Te nascer, crescer, viver, rir, falar.

És o pulsar do mundo, meu Senhor Jesus Cristo.
És Aquele que constantemente estás a vir
desde as distantes galáxias,
desde o epicentro da terra,
e desde o âmago do tempo; vens desde sempre,
desde há milhões de anos-luz.
Na Tua fronte resplandece o destino do mundo e no 
Teu coração concentra-se o fogo dos séculos.

Com o meu coração deslumbrado perante tanta maravilha,
inclino-me para Te dizer:
Tu serás o Rei dos meus territórios.
Para Ti será o fogo do meu sangue.
Tu serás o meu caminho e a minha luz,
a causa da minha alegria,
a razão do meu existir e o sentido da minha vida,
a minha bússola e o meu horizonte,
o meu ideal, a minha plenitude
e o meu destino final.
Para mim não há nada fora de Ti.

Para Ti será a minha última canção.
Glória e honra para sempre a Ti,
Rei dos Séculos!
Ámen.

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